O HABILITAR hoje – o que fazemos e onde queremos chegar
Crónicas inclusivas: Uma parceria Pais Habilitar e Diário de Aveiro
Muitos nos perguntam se o HABILITAR ainda existe. Também nos contactam questionando como chegar até nós, como ter intervenção terapêutica, como podemos ajudar em situações específicas. Hoje usamos este espaço de expressão para tornar claras as nossas atividades e a direção que queremos seguir.
Somos uma associação da comunidade e os nossos objetivos são tão amplos quanto os problemas das crianças e jovens com “deficiência” e suas famílias. Afinal, foi essa lista de problemas que esteve na nossa origem.
Como tantas associações sem fins lucrativos e sem financiamento regular, temos ajustado a nossa atividade de forma prudente, definindo etapas concretas, mas realistas. A situação atual de pandemia que todos vivemos tem limitado a concretização de muitos planos, mas há que respeitar este tempo difícil de espera.
A nossa atividade não se esgota na intervenção terapêutica específica; esta é uma das atividades regulares. Proporcionamos Psicologia, Reabilitação Psicomotora e Terapia da Fala a cerca de 25 crianças; as necessidades vão sendo ajustadas de acordo com a evolução clínica. A equipa técnica é remunerada e a intervenção é paga através de uma quota mensal de 60 euros, independentemente do número de valências e sessões necessárias.
Todas as crianças são acompanhadas na Unidade de Neurodesenvolvimento do Centro Hospitalar do Baixo Vouga (CHBV), apesar da inexistência de uma parceria formal. A coordenação clínica é uma atividade voluntária da pediatra do CHBV que esteve na conceção deste projeto. As crianças em idade pré-escolar são prioritárias, particularmente quando não se vislumbra uma alternativa imediata.
Assim, este acesso à intervenção não é livre e dificilmente abrangerá muitas crianças, porque depende da angariação de fundos. A quota mensal não cobre a despesa com a intervenção, ainda que mínima (por exemplo, uma sessão semanal); um trabalho de qualidade exige dignidade na remuneração, ainda assim inferior à praticada em consultórios privados. Mas acreditamos que o valor do projeto compensa a diferença!
A formação é uma das áreas que consideramos essenciais e esta facilmente abrange um universo maior de forma sustentável: famílias, comunidade educativa, técnicos de áreas relacionadas.
Em 2019 demos origem a um ciclo de ações de formação que nos vimos forçados a interromper após o início da pandemia; provavelmente iremos equacionar o formato digital, mesmo sabendo que a adesão e a participação são inferiores.
Queremos ser aliados das escolas e da comunidade, ensinar o que sabemos e aprender o que não sabemos. Só o conhecimento muda atitudes e gera estratégias úteis.
A comunicação entre as famílias é essencial nesta área; no enorme espetro de gravidade das patologias cruza-se a forma solitária como cada família tende a viver o problema, ignorando pequenas soluções que outros foram encontrando; é essencial que as famílias se cruzem e dividam dores e experiências. Esta comunicação pode ser mediada por um profissional do HABILITAR até que as famílias se sintam elas próprias angariadoras de mais famílias e aptas para as capacitar. Este apoio, atualmente em formato digital, está disponível; basta um contacto por “e-mail”.
A informação das famílias relativamente aos direitos inerentes à patologia pode ser disponibilizada por elementos do HABILITAR que já fizeram esse percurso pelas várias instituições onde aspetos importantes se dispersam de uma forma difícil de consultar ou compreender. Essa informação está à distância de um telefonema. Estará alguém afável do outro lado, alguém que já precisou de ser informado e que procurou… somos uma Associação de Pais e Amigos.
Quando a pandemia “nos libertar” estaremos mais visíveis, a juntar pessoas e famílias, para aprender, festejar, partilhar… mas HOJE existimos, ainda que à distância de um “e-mail” ou telefonema.
Associação Pais e Amigos HABILITAR
(paiseamigoshabilitar@gmail.com)
A situação atual de pandemia que todos vivemos tem limitado a concretização de muitos planos, mas há que respeitar este tempo difícil de espera