paishabilitar/ Dezembro 11, 2019/ Uncategorized

Um brinquedo para ti? Não! Um brinquedo para nós!

Crónicas inclusivas: Uma parceria Pais Habilitar e Diário de Aveiro

Aproxima-se o Natal e todos sabemos a alegria que é para uma criança receber um brinquedo. A variedade é imensa e todo este universo as encanta. Mas muitas questões se levantam na hora de escolher… Que tipo de brinquedo oferecer? Qual será o mais apropriado? Como podemos decidir numa altura em que as crianças são “bombardeadas” por anúncios televisivos e elaboram uma lista interminável de pedidos? Entre tantos apelos, é no nosso lado que reside a sensatez!

Antes de mais, não devemos esquecer que é através do BRINCAR que a criança adquire conhecimentos, estrutura a sua personalidade, vive emoções, desenvolve a sua criatividade e a capacidade de perceção. Enquanto brinca, a criança aprende a cooperar e a criar relações sociais que a irão ajudar a tornar-se num adulto mais maduro e capaz de solucionar problemas.

Então, É HORA DE BRINCARMOS COM AS NOSSAS CRIANÇAS, de passarmos tempo de qualidade com elas, participando nesta construção. 

Na hora de escolher o presente de Natal tenhamos em mente estas dicas: o Pai Natal não pode trazer todos os presentes que pediu, deve existir uma ordem de preferência; devemos optar por escolher um brinquedo de acordo com a idade e gosto da criança no momento; o brinquedo deve despertar as suas inquietações e ativar as suas capacidades, ou seja, deve incidir nas suas habilidades e potenciá-las através da brincadeira; é de extrema importância que o brinque do não seja autossuficiente, devendo a criança ser a protagonista e não uma mera espetadora; é melhor presentear com um só brinquedo do que muitos, pois irá valorizá-lo ainda mais; as suas preferências devem ser consideradas mas a nossa escolha não deve ser impelida pela publicidade x, y, ou z, pois tantas vezes são impulsos do momento; devem ser brinquedos educativos/didáticos e passíveis de uma exploração abrangente. Atualmente existe uma vasta oferta, só precisamos de decidir onde e o que escolher; quanto mais simples e versátil for o brinquedo, mais a criança terá que investir na sua criatividade e imaginação; não devemos escolher um brinquedo que possa transmitir visões estereotipadas ou depreciativas de papéis de género, que possa fomentar a violência ou desvalorização do outro; o brinquedo deve poder ser manipulado livremente, junto dos adultos e de outras crianças e, acima de tudo, deve ser seguro.

Não nos esqueçamos nem deixemos a criança esquecer que BRINCAR é agradável, dá prazer, estimula o desenvolvimento intelectual e ensina, sem forçar, os hábitos necessários para o crescimento (socialização, partilha, troca de ideias, cooperação, entre outros). No momento em que a criança brinca, trabalha com diversos aspetos, físico, motor, emocional, social e cognitivo, todos tão importantes no seu processo de desenvolvimento e aprendizagem.

No momento da escolha, imaginemos que com o brinquedo, disfarçados de papel e laço, estamos nós, ansiosos pelo chão quentinho onde nos vamos sentar e BRINCAR COM A NOSSA CRIANÇA!

Ana Cláudia Silva
Técnica Superior de Reabilitação Psicomotora

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